No dia 28 de abril de 2018, fomos ao Parque Nacional do Itatiaia.
O nome “Itatiaia” é uma palavra em tupi, que significa penhasco cheio de pontas ou pedra pontuda. E claro, a Pedra Pontuda mais famosa do parque, é o Pico das Agulhas Negras, que foi um dos atrativos que visitamos.
Para quem não sabe, esse é o 1º Parque Nacional do país e foi fundado em 14 de junho de 1937 pelo então Presidente Getúlio Vargas.
Esta foi a minha segunda visita ao PNI para subir o Pico das Agulhas Negras e Prateleiras, porém foi a primeira vez que fui com um grupo grande de amigos.
No total estávamos em 11 pessoas, sendo:
Guto, Rodolfo, Luan, Vânia, Romênia (Roms), Márcia, Cauê, Juliana, Tico, Rosana e eu.
Além do mais, conheci outros pontos do parque que ainda não conhecia, como a Pedra do Altar, o Circuito dos Cinco Lagos e o Morro do Couto.
Esta também foi a segunda vez que levamos uma criança conosco, o Cauê, filho da nossa amiga Marcia. 🙂
Observação:
Se você que está lendo aqui, está começando a fazer trilhas ou quer começar, saiba que você pode visitar o parque sem problemas.
A entrada é cobrada e tem caminhadas que podem ser feitas de forma autoguiada, porém é recomendado que não seja uma pessoa sedentária.
Se você deseja subir o Pico das Agulhas Negras e Pico das Prateleiras, é preciso o acompanhamento de um guia, com equipamentos de segurança.
Postei mais informações sobre o parque e contatos no final desse post.
Você pode ver todas as fotos em nosso álbum no flickr.
Abaixo, segue também o nosso vídeo resumo:
Vamos ao relato!
Importante: Para a realização de travessias, acampar ou mesmo se hospedar no abrigo do Parque Nacional do Itatiaia, é preciso realizar uma reserva. Para isso, acesse: http://www.icmbio.gov.br/parnaitatiaia/reservas.html
Atente-se também para o horário de funcionamento do parque!
Para ingresso à parte alta do parque, é das 7h às 14h e com limite de permanência até às 17h. Porém quando fomos, nossa entrada foi liberada a partir das 9h.
Em feriados prolongados costuma encher, então chegue cedo!
1º dia – 28-04-2018
Após preenchermos a papelada e pagar nossa entrada, segui de carro com a Rosana levando toda a bagagem do pessoal até próximo do Abrigo Rebouças.
O parque estava muito lotado e não havia vaga para deixar o carro perto da área de camping, então assim que descarregamos, retornei os 3km de estrada de terra até o estacionamento para deixar o carro.
Ainda era cedo, então teríamos tempo para montar acampamento e seguir para uma trilha ou duas. E foi o que fizemos! 😛
O trecho relatado a seguir, pode ser feito de forma autoguiada e não requer prática, apenas força de vontade.
Por volta das 11h50 seguimos para a trilha da Pedra do Altar.
O parque é muito bem sinalizado, então não há com que se preocupar nas trilhas quanto a isso.
Durante o caminho é possível ter uma bela visão do Pico das Agulhas Negras e também da Asa de Hermes, que é uma formação rochosa bastante curiosa.
Por volta das 13h20, já estávamos no alto da Pedra do Altar, onde ficamos por um bom tempo apreciando a vista, comendo alguma coisa e jogando conversa fora do alto de seus 2665 m de altitude.
Por volta das 14h, já havíamos descido e estávamos na bifurcação que leva ao Circuito dos Cinco Lagos.
Nesse trecho da caminhada, é possível avistar a Serra do Papagaio, que está entre Baependi e Aiuruoca em Minas Gerais, região que marca o fim da Serra da Mantiqueira e que tem uma das travessias mais bonitas do país na minha opinião.
Para experientes: Se você que está lendo aqui, já tem experiência em trilhas de longa distância, a Travessia Baependi x Aiuruoca, precisa constar na sua lista!
Leia mais sobre essa travessia:
Por volta das 15h45, já estávamos concluindo o circuito dos cinco lagos e chegando à portaria do parque.
Sinceramente, fiquei meio decepcionado com esse circuito, pois minha expectativa sobre os lagos, era de algo que se pudesse se chamar de lago.
Alguns destes “lagos”, a gente até achou que fossem poças d’água.
Mas tudo bem, valeu pela caminhada! 🙂
Para iniciantes: Recomendo que realize o Circuito dos Cinco lagos e acredito que irão gostar, devido a experiência da caminhada e paisagem do parque.
Da portaria, alguns resolveram voltar para o acampamento e o restante de nós, seguimos em direção ao Morro do Couto, para assistirmos ao pôr do sol.
A caminhada é bem tranquila e sempre subindo. Inclusive, cerca de 240 m é por asfalto, pois é uma estrada que dá aceso às antenas no Morro do Couto.
Após esses 240 m de asfalto, é preciso acessar a trilha à esquerda e seguir reto em direção às antenas.
Chegando na crista, onde encontram-se as antenas, basta continuar seguindo a trilha, que é bem visível e depois encontrará um trecho de “escalaminhada” nas rochas, que dará acesso ao “Pico do Couto”, com seus 2680 m de altitude, onde é o melhor lugar dali para se ver o pôr do sol!
Para iniciantes: Essa é outra caminhada que pode ser feita de forma autoguiada, pois é muito bem sinalizada e não requer prática, exceto apenas o trecho de escalaminhada.
Entretanto, é possível apreciar o pôr do sol, desde as antenas sem problemas.
Chegamos no cume por volta das 17h20, onde ficamos aguardando ao pôr do sol.
Algumas fotos do dia
2º dia – 29-04-2018
Levantamos por volta das 6h20 e nossas barracas amanheceram congeladas.
Esse foi o dia de subirmos o Pico as Agulhas Negras, que é a 5ª maior montanha do Brasil com 2790 m de altitude.
Essa foi uma nova experiência para o nosso pequeno amigo Cauê, filho da Marcia.
Para iniciantes: Essa é uma caminhada que há muitos trechos de escalaminhada, porém mesmo sendo inciante, como é obrigado o acompanhamento de guia com equipamentos de segurança, é possível realizar sem grandes problemas.
Para experientes: Se você já possui conhecimento básico de escalada em rocha e está munido de corda e equipamento de segurança, basta solicitar a autorização do parque.
Partimos do acampamento por volta das 7h50, juntamente do nosso guia, Vitor Nunes.
O percurso desde o acampamento até o cume, pode levar até 3h.
O tempo médio vai depender do nº de pessoas, da habilidade de cada e preparo físico.
Nesta ocasião, por ser fim de semana prolongado, devido ao feriado do Dia do Trabalho, havia um fluxo contínuo de pessoas subindo e descendo, então em alguns momentos era preciso parar e dar passagem a outros grupos.
A via que subimos se chama “Pontão” e é a mais utilizada, porém existem cerca de 18 rotas para subir o Agulhas Negras, com níveis de dificuldades diferentes, sendo alguns destes com rotas de escaladas.
Chegamos ao cume por volta das 10h45.
O dia estava perfeito, ensolarado e sem vento, o que nos proporcionava uma bela visão de boa parte da Serra da Mantiqueira, incluindo o trecho chamado de “Serra Fina”.
Para experientes: Na Serra Fina, também existe uma das mais belas travessias de montanha do país. E se você que está lendo aqui for uma pessoa experiente, com certeza ou já fez a travessia, ou ainda irá fazer.
Se não fez, leia nosso relato da Travessia da Serra Fina para ajudar em seu planejamento:
De lá do cume das Agulhas Negras, também era possível avistar nossas barracas no Camping Rebouças, bem como o Pico das Prateleiras, que foi o atrativo que subimos no dia seguinte.
Após descermos do pico, fomos para o acampamento e me deparei com lixo espalhado…
Provavelmente algum lobo-guará apareceu e remexeu o saco de lixo, de algum de nossos amigos, que infelizmente havia se descuidado do meu alerta sobre os lobos e deixou um saco de lixo para fora da barraca.
Então já fica a dica e alerta:
Próximo da área de refeitório do parque, há lixeiras presas com correntes, para evitar que os lobos-guarás remexam o lixo. Então não deixe lixo para fora da barraca, deposite-o no lugar correto e evite sujar o lugar.
Após recolhermos o lixo e fazer um pente fino na área, colocamos o mesmo em seu devido lugar.
Em seguida, fomos comer alguma coisa e jogar conversa fora.
Algumas fotos do dia
No cume do Pico das Agulhas Negras. #agulhasnegras #PNI #itatiaia –
3º Dia – 30-04-2018
Por volta das 7h50, já estávamos andando na trilha em direção ao Pico das Prateleiras.
Para iniciantes: A subida para o Prateleiras, requer um pouco mais de coragem e habilidade em relação ao Agulhas Negras, pois nos trechos mais altos, possuem algumas rotas que necessitam passar quase se arrastando por rochas e trechos um pouco mais técnicos na subida e descida. (recomendo assistir ao vídeo no trecho dos 6:00)
A trilha para o Pico das Prateleiras, é bem simples de ser seguida, bastando seguir a continuação da estrada do parque e em seguida as placas de sinalização.
Porém assim como o Agulhas Negras, sua subida é permitida apenas com o acompanhamento de um guia portando corda e equipamentos de segurança.
Ou caso você já tenha domínio de técnicas básicas de escalada em rocha, é possível solicitar uma autorização ao Parque e também portar corda e equipamentos de segurança.
O percurso tem formações de rocha bem curiosas, como uma pedra em formato de poltrona, que obviamente leva o nome de “Pedra da Poltrona”, tem também uma rocha que se equilibra à beira de um penhasco e uma outra que lembra um Moai da Ilha de Páscoa.
Essa parte do parque também é o playground de muitos escaladores, para treinar suas técnicas, pois oferece graus de dificuldades variados e boas vias para rapel.
Continuando nosso caminho, após passarmos alguns trechos quase rastejando entre rochas e pulando outras, chegou a hora de subir o último trecho antes do famoso “pulo do gato”.
Esta parte é acompanhada de uma vista à esquerda para uma queda de centenas de metros, porém há como subir sem problemas, como pôde ver no vídeo.
Chegamos ao cume do Pico das Prateleiras, por volta das 9h30.
E lá do alto de seus 2548 m de altitude, é possível ter uma bela visão da Serra Fina, Represa do Funil, bem como o Agulhas Negras.
Após assinarmos o livro e tirarmos muitas fotos, era hora de descermos e fomos visitar à Pedra da Tartaruga, onde fizemos uma parada para um lanche.
De lá seguimos em direção ao acampamento para vestirmos roupas de banho, para tomarmos um bom e super gelado banho, na Cachoeira das Flores.
Pela tarde ficamos de bobeira pelo acampamento, comendo e jogando conversa fora.
Algumas fotos do dia
Cume do Pico das Prateleiras. #picodasprateleiras #PNI #Itatiaia –
E é isso aí! Espero que tenham gostado! 🙂
Qualquer dúvida, basta deixar nos comentários!
Informações sobre o Parque Nacional do Itatiaia:
O Parque é aberto o ano todo e está dividido em duas portarias, sendo a parte alta, acessada pelo “Posto Marco Antônio Moura Botelho, ou mais conhecido como Posto Marcão.
Veja o mapa:
Horário de funcionamento:
Para ingresso à parte alta do parque, é das 7h às 14h e com limite de permanência até às 17h.
Site oficial do PNI: http://www.icmbio.gov.br/parnaitatiaia/guia-do-visitante.html
Sobre guia credenciado:
No mesmo link acima, você encontra uma lista de guias cadastrados, porém o Vitor Nunes não está nessa lista, sendo assim segue o contato do mesmo:
Celular / whatsapp: 24 98158-5095
Facebook: https://www.facebook.com/vitor.nunes.395
Da 1ª vez que fomos, um dos guardas do parque, chamado Marcelo Rangel, foi nosso guia também. Segue o contato do mesmo:
E-mail: marcelo.fragaria@yahoo.com.br
Telefone: 31 4062-7537
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2 comentários
Rodrigo Hortenciano · 2 outubro, 2019 às 13:20
Fala Bárbara!
Vale a pena! O parque além de lindo tem uma boa variedade de trajetos para trilhas. As travessias mais famosas do parque são a Ruy Braga (ainda não a fiz), Rancho Caído (Linda e fácil. Ótima para iniciantes que querem começar a fazer uma travessia) e Serra Negra (tem um certo grau de dificuldade e atualmente só pode ser feita descendo da parte alta do parque).
Abração!
Barbara Lins · 2 outubro, 2019 às 11:47
Seeeeensacional! Já vou colocar na lista!