Na sexta-feira santa, fomos para a região de Prados-MG para realizar a travessia de ponta a ponta da Serra de São José, pelo menos era essa a nossa intenção.
Parte do percurso havia desenhado no mapa, com a ajuda do google earth, de forma que se interligasse com um percurso mais tradicional, que segue da região de Santa Cruz de Minas (próximo à Cachoeira do Bom Despacho) até a Trilha do Carteiro.
Sendo assim, iniciamos nossa caminhada a partir de Prados-MG próximo à Pousada Serra Cerrado.
Antes de iniciarmos a caminhada, nossa viagem seguiu de São Paulo para São João del Rei, onde deixamos o carro em um estacionamento fechado de uma padaria.
Almoçarmos na rua atrás da rodoviária e o próximo passo era arranjar um transporte para Prados-MG. No geral, os taxistas cobram o preço de R$ 80 pela viagem até Prados e como estávamos em cinco, sairia meio caro dividirmos em 2 grupos para o trecho.
Conseguimos um táxi que levou nós cinco, por R$ 100. (contatos e dicas no final)
Tracklog gerado na caminhada:
Vídeo Resumo:
Álbum de fotos completo no -> Flickr
Continuando o relato 😉
Fomos levados de táxi até o início da caminhada pelo taxista Geraldo Assis, uma pessoa bem divertida, que gosta de um bom papo e nos deixou em nosso destino às 14h.
Logo na entrada da trilha, existe uma placa indicando se tratar de uma área de preservação ambiental.
Não demora muito na caminhada e logo chega-se ao 1º ponto de água, que aconselho o uso de clorin/hidrosteril para possíveis impurezas, pois ao redor existem cavalos e gado que podem acabar urinando e defecando próximo do local.
Próximo ao ponto de água, existe sinalização indicando “Planalto” e o caminho nesse trecho é bem demarcado.
Durante a subida, você se depara com formações rochosas de quartzito, o percurso não tem grandes dificuldades, mas durante o trajeto o sol estava forte e castigava um pouco.
Por volta das 15h50, chegamos à região alta conhecida como “Planalto”, próximo à uma cerca com arame, existe um charco e a Rosana que resolveu ir de chinelo, acabou escorregando e se sujando um pouco haha. 😛
Seguindo adiante, chega-se ao mirante onde há uma cruz que foi colocada em 1968.
A partir do cruzeiro começou o trecho que não havia um percurso bem definido, uma rota que não é comum na região.
Wagner e eu fomos procurar pelo trajeto. Confesso que vacilei nessa parte, pois eu mesmo havia desenhado um trecho de atalho que não passava pelo Mirante do Cruzeiro e que era exatamente a direção que deveríamos seguir, bastava apenas retornar para a região próximo à cerca do lado do charco e virar à esquerda.
Resultado? Mais de 1h perdida na busca de um trajeto que já havia traçado…
Seguimos com o grupo na direção da trilha demarcada, atravessamos um trecho de água e acampamos próximo, pois já estava começando a anoitecer.
Às 18h inciamos a montagem do acampamento, nos dividimos para o banho e depois jantamos.
Era possível ver alguns relâmpagos na direção de São João del Rei e o vento estava à nosso favor, desviando a chuva até então.
Durante o jantar, conversamos sobre o que faríamos no dia seguinte, se abortávamos devido a quantidade de comida ou se continuávamos a travessia.
A votação que venceu foi a de continuar a travessia, pois Wagner havia trazido um pouco mais de comida, Rosana, Edmar e eu iríamos dar uma racionada também por precaução.
No dia seguinte, por volta das 7h, seguimos a caminhada. Começamos cedo na intenção de não perder tempo como no dia anterior.
Após cerca de 40 minutos, chega-se a um muro, possivelmente construído por escravos há alguns séculos atrás.
O caminho que deve ser seguido é na parte baixa, à direita do muro que está bem demarcado.
Nesse segundo dia, também foi inevitável a perda de tempo, em procurar um local para se caminhar.
Como já mencionado no início desse relato, parte do trajeto foi desenhado com ajuda do google earth, daí nos deparamos com trechos rochosos que dificultavam e muito a caminhada.
A solução foi andar em direção a um campo aberto, fora do trajeto desenhado, onde já era possível avistar a trilha que é mais tradicional, próximo à cachoeira do Gamelão.
Embora o campo fosse mais aberto, o caminho não foi tão fácil, por vezes seguimos por um veio de água seco e vez em campo aberto.
Já eram mais de 11h, quando chegamos em um trecho, onde Wagner eu ficamos na tentativa e erro de uma rota, até que avistamos algumas pessoas e depois conseguimos definir um lugar para descer o terreno, em direção ao riacho pertencente à cachoeira do Gamelão.
Rosana e eu tomamos a frente, fomos descendo e seguindo por um caminho de água seco, foi um pouco chato, o risco de se machucar foi mínimo, no trecho final a rocha possui limbo e é bastante escorregadio, porém é possível se apoiar com uma certa segurança.
Após descermos, seguimos paralelo ao riacho e paramos para tomar uma água. Voltei o trecho até o caminho seco de água, para dar uma força ao pessoal na descida e fomos em direção à Rosana.
Neste ponto, já é possível avistar parte do calçamento feito pelos escravos que faz parte da trilha do carteiro (trecho 6:20 do vídeo).
Assim que atravessamos e subimos para o calçamento da trilha do carteiro, já estávamos na rota para completar a travessia, não demorou muito e uma forte chuva nos alcançou quando estávamos próximo ao “túmulo do carteiro”.
Encontramos um guia já numa parte alta, no mirante da trilha do carteiro, que estava com uma família e avisou que para completar a travessia, ainda seriam necessários mais 10km.
A chuva não estava com jeito de que passaria logo, estava relampejando bastante, então resolvemos seguir para Tiradentes.
A partir desse ponto a trilha é bem demarcada, fomos seguindo com o guia e a família, porém em um ritmo lento, pois haviam crianças pequenas na frente chegando então ao final da trilha por volta das 14h40.
Andamos em direção à rodoviária de Tiradentes-MG, lá peguei um ônibus até São João del Rei para ir buscar o carro, feito isso, fomos para o Camping Tiradentes, montamos acampamento, colocamos roupas secas e fomos passear pela cidade.
Algumas fotos de Tiradentes-MG
Fotos da Cachoeira do Bom Despacho – Santa Cruz de Minas-MG
A logística:
A logística era deixar o carro em São João del Rei, pegar um ônibus na Rodoviária ou táxi em direção à Prados-MG e andar sentido Santa Cruz de Minas, via Serra de São José, concluir a travessia próximo à Cachoeira do Bom Despacho, daí pegar um ônibus para São João del Rei, pegar o carro e seguir para o Camping Tiradentes, na cidade de Tiradentes-MG.
Mas como você leu, não foi bem assim que aconteceu haha.
Sobre horários de ônibus:
- Para ida ou volta de Prados-MG, é pela Viação São Vicente (tel. 32 3371-6599), valor de R$ 8,40 São João Del Rei / Prados ou vice e versa;
- Aos fins de semana e feriados, os horários são mais restritos;
- Horários aos feriados para Prados: 10h e 17h25;
- De Prados para São João Del Rei: Sábado: 6h, 8h30, 14h | Domingo: 11h e 18h15;
- Ônibus em Tiradentes sentido São João del Rei: R$3,90.
Sobre o Camping Tiradentes:
- Sobre o Camping que ficamos, é o Camping Tiradentes (http://www.campingtiradentes.com.br), localizado na Cidade de Tiradentes-MG, na Av. Gov. Israel Pinheiro, 1606, Centro, Tiradentes-MG (Em frente ao residencial Parque dos Bandeirantes e ao lado do posto de gasolina).
Contatos:
- (32) 3355-2828 / (32) 8856-7622 / (32) 8885-5417;
- campingtiradentes@hotmail.com;
- Custo de R$ 20/ pessoa + R$ 10 de estacionamento, R$ 5 opcional se quiser café da manhã.
Telefones úteis:
- Ponto de táxi em São João del Rei 32 3371 5157;
- Telefone da Rodoviária de São João del Rei 32 3373 4700;
- Rodoviária / ponto de taxi (Tiradentes-MG) 32 3355 1100.
Sobre a Padaria que deixamos o carro:
- Panificação Santa Inês – Av. Leite Castro, 538 – São João del Rei.
- Inês – 32 9 9961 0170.
Taxista que nos levou de são João del Rei até Prados:
Ele fica no ponto de táxi da Rodoviária – Geraldo Assis 32 9 9921 0392
- #Dicas e informações sobre o local
– O terreno apesar de irregular é tranquilo de andar, aconselha-se o uso de botas para evitar torções;
– A navegação pode ser feita no visual, mas o GPS acaba sendo uma mão na roda, pois existem trechos de acesso com rochas que podem ser desviados.
– O tracklog já foi revisado, e quem o seguir não passará pelos mesmos perrengues que nós, exceto no trecho que interligará com a trilha do carteiro, pois necessita descer um caminho d’água;
– Prefira fazer a caminhada em dias secos, haja visto que passará pelo trecho citado acima que é um pouco chato;
– Previna-se para duas noites de acampamento, pois imprevistos podem ocorrer;
– Reserve ao menos um dia para passear pelas cidades de Tiradentes e São João del Rei, são cidades históricas, com arquitetura bem preservada e arte barroca.
Atualização 03-05-2016
Um amigo chamado Francisco de Assis Cardoso, fez a travessia entre os dias 16 e 17 de abril.
Com isso gerou-se o tracklog abaixo e que está muito melhor que o nosso.
5 comentários
Rodrigo · 18 maio, 2016 às 8:01
Pois é Augustão!
Por sorte quando quebrou o botão do do GPS, já estávamos numa região que dava pra ver a trilha demarcada.
Infelizmente estávamos no caminho errado. Comparando com o tracklog do Chico, deu pra ver o ponto de bifurcação que passamos batido “Discreta Bifurcação Direita – Siga pela Esquerda: Mais Bonito”
Esse trecho eu havia desenhado com o google earth, pois não tinha tracklog da região ainda, mas como desenhei o trecho.. essa parte teve um leve deslocamento e acabamos bifurcando para a direita.
De qalquer forma, mesmo com os contratempos, valeu a pena.
Foi uma caminhada bonita que espero refazer e completar em breve, mas saindo na Cachoeira do Bom Despacho.
A cidade de Tiradentes também vale a pena um passeio, por ser histórica, tem muitas belezas arquitetônicas, arte barroca etc.
Vamos combinar de ir juntos na próxima 😉
Abração!
augusto · 17 maio, 2016 às 10:47
Fala Rodrigão.
Quando chove não tem jeito. Vc perde visual e a caminhada vira um perrengue.
E se a trilha não ta demarcada é pior ainda.
Já passei por muitas situações assim.
Por isso que evito ao máximo ir para a trilha com previsão de chuva.
Ate alguns anos atrás eu estava querendo comprar um bom GPS, mas com os novos celulares, deixei esse gasto de lado.
Qqer trilha agora sempre levo um tracklog para abrir em um app de celular.
E se não encontro o tracklog, crio um no google maps e depois converto para arquivo kmz e abro no aplicativo.
Se não encontro o relato da trilha, é desse jeito que eu faço.
Celular com GPS é uma mão na roda.
Abcs
Rodrigo · 16 maio, 2016 às 9:29
Fala Augustão!
Foram na verdade foram vários fatores que acabaram nos fazendo tomar a iniciativa de abortar.
Na 1ª noite fizemos um levantamento do que tínhamos de comida e se daria para todos.
Depois que vimos que até dava pra encarar, resolvemos continuar a travessia no dia seguinte.
Começamos bem cedo, para compensar o atraso do dia anterior, mas não deu muito certo.
Logo pegamos um trecho que precisamos procurar uma rota adequada para chegar até a trilha tradicional, com isso perdemos muitas horas e o clima foi ficando instável. (esse trecho não ficou muito claro no vídeo)
O GPS também teve um botão quebrado, o que dificultou um pouco a navegação, daí também perdemos tempo tentando dar um jeito, até que conseguimos dar zoom no mapa novamente.
Com sorte conseguimos acessar a trilha do carteiro, pouco antes da forte chuva chegar.
Encontramos um guia com uma família e nos alertou que para completar a travessia ainda faltavam 10km, todos estavam molhados e com uma troca de roupa apenas.
Para evitar perrengues desnecessários com hipotermia, seguimos em direção a Tiradentes.
Havíamos deixado outras trocas de roupas no carro, que fui buscar em São João Del Rey.
Numa próxima ida para a região, seguiremos o percurso que o Chico fez.
Abração!
augusto · 16 maio, 2016 às 5:06
Blz Rodrigão.
Na primeira noite vcs já queriam abortar por causa da comida?
Não entendi.
Vcs perderam comida pelo caminho? É isso?
Abcs
Cıvata · 14 junho, 2016 às 7:22
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